Por O Sudeste
O Jornal Opção conversou com três pesquisadores que, há anos, fazem levantamentos sobre a intenção de voto dos eleitores em Goiás. Eles pediram anonimato da fonte, considerando que têm feito pesquisas para particulares, e não para divulgação. A seguir, será exposta uma síntese do que afirmaram.
Numa pesquisa perguntaram: “A aliança com Marconi Perillo é positiva para Gustavo Mendanha, se este for candidato a governador?” Segundo o pesquisador, 82% dos eleitores disseram que a aliança “prejudica” o prefeito de Aparecida de Goiânia. “O eleitor parece ter concluído que o jovem político está começando mal, pois deixa a impressão no eleitor de que é capaz de tudo para tentar chegar ao poder.”
Numa pesquisa se perguntou: “É positiva para Goiás uma aliança entre o governador Ronaldo Caiado e o presidente do MDB, Daniel Vilela?” 73% disseram que a aliança é positiva, pois os dois políticos são vistos como “qualitativos”.
Noutra pesquisa, o governador Ronaldo Caiado, do partido Democratas, aparece muito bem e Daniel Vilela supera Mendanha. “Não procede que Mendanha esteja encostando em Caiado, pois sua intenção de voto ainda é menor do que a de Daniel, que também não é alta. Nenhum deles aparece com mais de 10%. Mendanha não chega a 5% no Estado”, afirma um pesquisador.
A um ano, dois meses e 20 dias das eleições, Mendanha é desconhecido no Estado. No Entorno de Brasília, quase 98% dos eleitores nunca ouviram falar dele.
As pesquisas feitas pelos três experts — tanto as quantitativas quanto as qualitativas — sugerem que o governador Ronaldo Caiado não tem “desgaste cristalizado” e que os eleitores querem lhe conceder mais um mandato. “As pesquisas mostram que os eleitores entendem que, mesmo governando num período muito difícil, com pandemia e crise econômica nacional, o governador deu conta do recado. A maioria fala que o gestor estadual mostra preocupação genuína com as pessoas. Ele ‘gosta de gente’, afirmam. Quando se pergunta sobre a honestidade de Ronaldo Caiado como governador, os eleitores são praticamente unânimes em dizer que acreditam que é honesto e que em seu governo não há escândalos”, postula um dos ases das pesquisas.
Quando o assunto é segurança, os eleitores aprovam inteiramente o governo de Ronaldo Caiado e muitos já sabem o nome do secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda. “Perguntamos se o governo foi bem na ação para capturar o assassino Lázaro Barbosa. A maioria disse que sim, que foi muito bem. Os eleitores demonstram satisfação pelo fato de o criminoso ter sido pego pela polícia de Goiás, e não pela polícia de Brasília. Parece uma coisa simples, mas tem amplo significado. A polícia goiano mostrou eficiência”, considera um dos pesquisadores.
Por fim, os três pesquisadores sustentam que “Caiado está muito bem, e há o desejo de que continue no governo”. “Há uma crença de que, no pós-pandemia, o governo vai ser bem melhor”.
Depois de Ronaldo Caiado, os quatro políticos mais bem avaliados são Daniel Vilela (MDB), Vanderlan Cardoso (PSD), João Campos (Republicanos), Jorge Kajuru (Podemos) e Zacharias Calil (DEM). Mendanha, para os eleitores, é uma incógnita. A rigor, não é conhecido. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), não é avaliado negativamente, mas é pouco examinado pelos eleitores — que estariam observando sua atuação (apareceu nas pesquisas que as obras de pavimentação das ruas estão lentas). O político de maior desgaste ainda é Marconi Perillo (PSDB).
À pergunta “Você quer a volta do grupo de Marconi Perillo ao governo de Goiás?”, 86% dos eleitores entrevistados disseram que “não”. Por isso, provavelmente, o tucano prefere disputar mandato de deputado federal e esteja à procura de um candidato a governador do Estado.
“O ciclo de Marconi Perillo, pelo menos em termos de Executivo, parece ter se encerrado. Pode ser que mude? Pode. Mas não para 2022”, afirma o pesquisador mais experimentado do grupo.
“Minhas pesquisas, entre 2010 e 2014, diziam que Iris Rezende não voltaria ao governo do Estado. E, como se viu pelos resultados das urnas, elas estavam certas. É possível que, com Marconi Perillo, aconteça o mesmo. Mas ele tem apenas 58 anos, portanto ainda tem tempo para tentar restaurar sua imagem, hoje muito corroída. Os eleitores não aprovam nem mesmo o fato de ele morar fora do Estado, como se estivesse ‘fugindo’”.
Jornal Opção