Por O Sudeste
Políticos às vezes dizem: “Henrique Meirelles quer ser candidato a senador por Goiás, mas fica em São Paulo. Ele precisa se reapresentar aos eleitores de Goiás e, sobretudo, terá de dizer a eles que, se for eleito, não vai abandonar o cargo, usando-o como trampolim para ser ministro, por exemplo”.
Depois das críticas dos políticos, um repórter do Jornal Opção decidiu ouvir os meirellistas de Goiás. Alguns aceitaram falar, mas em off, considerando que não têm autorização do chefe para falarem em nome dele.
Há pelo menos um aspecto curioso: a Assembleia de Deus está dividida em três grupos na questão da disputa por uma vaga no Senado. Um, ligado ao pastor Oídes José do Carmo, banca a reeleição do senador Luiz Carlos do Carmo, do MDB. Outro aposta na candidatura do deputado federal João Campos (Republicanos). O terceiro grupo, ligado ao ex-deputado estadual Samuel Almeida e ao senador Vanderlan Cardoso (PSD), vai articular o palanque de Henrique Meirelles.
Um hábil articulador de campanhas eleitorais afirma que Meirelles está se organizando para vir para Goiás. “Ele está se estruturando em São Paulo, para o governador João Doria fechar sua gestão com chave de ouro — São Paulo está crescendo mais, em termos de economia, do que o Brasil — e, em seguida, se mudará para Goiás, onde montará uma grande estrutura para disputar mandato de senador”.
A um interlocutor goiano, Meirelles disse que está “animado” com a possibilidade de disputar mandato de senador por Goiás. “O projeto de Meirelles é disputar mandato de senador na chapa do governador Ronaldo Caiado, por quem tem apreço político e pessoal. O relacionamento dos dois é bom. Sua primeira filiação em Goiás foi ao PFL de Caiado, só depois, para ser candidato — chegou a articular para disputar o Senado, mas foi atropelado pela ex-senadora Lúcia Vânia —, se filiou ao PSDB. Se não houver possibilidade de uma aliança com Caiado, aí, sim, pode pensar numa alternativa”, afirma um ex-deputado.
O ex-deputado disse que o plano “A” de Meirelles é mesmo disputar mandato de senador por Goiás. Mas pode surgir um plano “B”, ainda não devidamente configurado, sobre uma vice de Lula da Silva, o pré-candidato a presidente pelo PT. “A possibilidade é remota, mas factível. Lula precisa de um político de centro para vice. Meirelles é, neste caso, um grande nome. Na hipótese de um segundo turno, poderia ser a ponte para João Doria apoiar o petista.”
Jornal Opção