Sob ataque, Vanderlan resiste na liderança

Campanha finaliza cenários: candidato líder das pesquisas manteve dianteira mesmo com fogo serrado; MDB fortaleceu, mas segue sem candidato ativo nas ruas e PT não saiu do lugar

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Por O Sudeste

As eleições municipais caminham para sua reta final no próximo domingo, 15, quando os eleitores estarão nas urnas para decidir seus vereadores e os candidatos que continuam na disputa até 29 de novembro.

Em Goiânia, os ânimos estão acirrados. A propaganda eleitoral deixou de debater projetos e passou a ter como material determinante os ataques. Nas redes, dois candidatos bolsonaristas se digladiam: o deputado major Araújo (PSL) e o youtuber Gustavo Gayer (DC). Segundo as pesquisas, os dois disputam um espólio inglório: na Capital, o voto bolsonarista perdeu força e não deve impactar nas urnas.

Em paralelo, a campanha que caminha para o fim testemunhou a candidatura de uma mulher, Doutora Cristina (PL), ser sabotada por partidos, decisões judiciais, pesquisas de opinião e mídia.

Focados em críticas, pela primeira vez, na história recente da capital, programas eleitorais não conseguiram ‘pautar’ temáticas ou programas durante toda a campanha.

As eleições de Goiânia têm sido pouco criativas e excessivamente ‘rabugentas’ com ataques que começam a constranger o eleitor a desligar o programa eleitoral.

Nas eleições de 2016, a segurança pública pautou debates. Quatro anos antes, a mobilidade. E antes, transporte, obras e asfalto dominaram discussões de prefeitáveis.

Agora Vanderlan tornou-se o principal tema e mesmo sob ataque se mantém na liderança das pesquisas divulgadas pelos institutos mais tradicionais de Goiás.

Neste ano, os candidatos bem colocados – com exceção do líder das pesquisas, Vanderlan, que fez questão de reafirmar em seu programa que não entraria na onda de ofensivas – optaram em concentrar ataques. Depois de Vanderlan, Iris tornou-se o foco das críticas – e ele próprio se defendeu dos adversários, que o atacaram em debates e sabatinas.

Os nervos se acirraram nas ruas: a Delegacia de Polícia Civil de Senador Canedo, por exemplo, investigou na semana passada um carro de agência de propaganda que faz a campanha da candidata Adriana Accorsi (PT), flagrado em vídeo rondando a sede da empresa do candidato Vanderlan.  Ao DM, o delegado de Senador Canedo disse que o fato é incomum, mas é “atípico”, ou seja, não é crime. É um pequeno exemplo, todavia, das prioridades das campanhas.

Nas pesquisas, a estratégia de Adriana Accorsi não surtiu efeito. Ela não saiu do lugar e pode perder fôlego nos dias finais.  Em outubro, na sondagem do Instituto Grupom, a delegada apresentava 11,6% das intenções de voto. Agora, na reta final, se manteve com 11,4%: não ganha votos de indecisos, de Vanderlan e de Maguito – potencialmente a candidatura que ela poderia tomar votos, já que PT e MDB estão sempre juntos na Capital desde 2008. Elias Vaz (PSB), que tem um passado sem manchas e atua de forma propositiva para Goiânia, não teve fôlego na disputa. Mas pode tomar votos de Adriana.

Elias Vaz, um bom nome para a Prefeitura, mas sem fôlego para chegar ao segundo turno

O programa de Adriana Accorsi errou em parte por partir para o ataque contra Vanderlan, quando o próprio PT é uma das legendas mais criticadas no país. Conforme as pesquisas, a sigla só deve ir para o segundo turno em três capitais, sem liderar em nenhuma delas.

ERRO

O fato por si só tem ligado o alerta no MDB goiano, que teme se aliar ao PT no segundo turno e sofrer os desgastes que se acumulam pelo país.  O próprio prefeito Iris Rezende (MDB), que Maguito tenta ter como ‘avalista’, rejeita o PT.

Iris diz que retornou na Prefeitura, em 2016, para “consertar um erro”: “Tive que reconsiderar por um fato especial. Goiânia estava à beira do caos. Para me redimir e consertar uma situação que eu próprio havia criado, fomos à disputa”, relatou ao anunciar sua aposentadoria. O prefeito se refere à gestão de Paulo Garcia, que teve Adriana Accorsi como gestora mais proeminente depois dele.

MDB enfrenta dificuldade de fazer campanha sem candidato

Em ascensão, por conta da comoção causada pela internação do candidato Maguito Vilela numa UTI, em São Paulo, o MDB começa a ser cobrado nas redes sociais pelo passado dos candidatos: na internet, um artigo em que o engenheiro elétrico Salatiel Correia, técnico da Unicamp, diz os motivos para não votar em Maguito voltou a viralizar – ele traz uma análise crítica do emedebista quando este foi governador.

Com o candidato Internado e sem respostas de outros emedebistas aos questionamentos, inclusive o de que Maguito é condenado na Justiça por improbidade administrativa, aumenta o volume de críticas nos grupos de Whats App e Telegram – que passaram a ser esferas de debate intenso.

A falta de respostas poderá pesar no segundo turno. No primeiro, o candidato apresentou desenvoltura e cresceu, se afastando de Adriana Accorsi e se aproximando de Vanderlan Cardoso, que poupou Maguito de críticas.

No segundo turno, é uma tendência que agências de publicidade e marqueteiros tentem ser mais propositivos e não repetir conteúdo do primeiro turno, já que o eleitor está mais focado. Será este o desafio do MDB, que aos poucos vê a possibilidade de Maguito Vilela ir para uma UTI semi-intensiva e pelo menos participar da campanha com vídeos gravados.  Por sua vez, é de esperar que Vanderlan volte mais crítico e contundente, já que agora é, de fato, a disputa final.

Diário da Manhã