“Uma enorme força legislativa”: Caiado defende candidatura à Presidência e anuncia união entre União Brasil e Progressistas

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O Sudeste

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República no dia 4 de abril. Nesta terça-feira, 29, em carta aberta ele anunciou a formação de uma federação entre seu partido e os Progressistas (PP). A união partidária, segundo ele, representa uma virada na política nacional e amplia a força da base conservadora no Congresso Nacional.

“União Brasil e Progressistas têm raízes na mesma base conservadora, nasceram do mesmo berço de ideias, defendendo o mercado livre e o desenvolvimento com justiça social”, afirmou Caiado em carta aberta dirigida aos filiados do Progressistas.

Com a nova federação, os dois partidos passam a ter a maior representação no Legislativo, somando 109 deputados e 14 senadores. Para Caiado, isso permitirá maior influência nos rumores do país. “Uma enorme força legislativa, que nos proporciona a oportunidade única de influenciar os rumores do Brasil, que clama por mudanças”, destacou.

O governador também reafirmou seu desejo de disputar a Presidência em 2026. “Como sabem, já coloquei meu desejo de disputar e lancei minha pré-candidatura a presidente. Com humildade, coloco-me à disposição para ser uma alternativa que representa a mudança que tanto desejamos”, disse.

Na carta, ele faz críticas à atual gestão federal e defende o afastamento do governo. “É chegada a hora de colocarmos mãos à obra. Debater os passos próximos, pensar numa postura de afastamento do Governo Federal, um governo que, definitivamente, não consegue atender aos anseios do nosso povo.”

Caiado encerra o texto conclamando apoio. “Com independência e determinação, construiremos uma plataforma sólida de mudança, que faça o Brasil ser forte e respeitado de novo e que dêem as melhores condições de vida a cada brasileiro”, escreveu. “Contem com este aliado. Vamos juntos nessa caminhada!”

Co-presidência até dezembro

Após meses de negociação, o União Brasil confirmou, nesta segunda-feira, 28, a formação de uma federação partidária com o PP. A decisão foi sacramentada em reunião com a participação de membros da Executiva Nacional e deputados federais da legenda. O PP já havia aprovado o acordo no mês passado. O anúncio oficial da chamada “superfederação”, que contará com 107 deputados e 14 senadores, está previsto para esta terça-feira.

A estrutura da nova federação será comandada, inicialmente, em regime de co-presidência até dezembro, com Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP). A partir de 2026, será feita uma nova escolha para a presidência definitiva. O arranjo foi a solução encontrada após impasses sobre a liderança da federação. O PP defendeu que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fosse o primeiro a assumir o comando, enquanto o União Brasil indicava Antonio Rueda. Como não houve consenso, decidiu-se pela co-presidência temporária.

Articulações e divergências internas

A reunião que sacramentou o acordo conto com a presença de Antonio Rueda, do primeiro vice-presidente da União Brasil, ACM Neto, e do ministro do Turismo, Celso Sabino. Apesar da decisão majoritária favorável à federação, deputados como Mendonça Filho (União-PE) e Pauderney Avelino (União-AM) manifestaram resistência à união, principalmente por conflitos regionais com membros do PP.

No PP, parlamentares da Bahia – onde o partido mantém alianças com o PT – também ameaçaram deixar a legenda, uma vez que a União Brasil é oposição ao governo estadual e tem maior força política no estado. Já na Paraíba, o senador Efraim Filho (União-PB) e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) travam uma disputa pelo espaço acontecendo nas eleições estaduais de 2026.

Desafios à frente da federação

Um dos pontos que ainda precisa ser resolvido é a pré-candidatura à Presidência da República do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), conquistou a legitimidade de Caiado, mas ponderou que a proposta ainda precisa ser discutida dentro da nova estrutura federativa:

— O Caiado tem legitimidade para falar, pode contribuir com o Brasil. Mas ele precisa dialogar com o campo político que faz parte, entender que está em um partido plural e que, agora, integra uma federação. Outros nomes também podem surgir — afirmou.

ACM Neto também comentou o tema e minimizou os atritos em torno da pré-candidatura:

— O presidente Ciro Nogueira já afirmou que respeita a candidatura de Ronaldo Caiado, que tem o direito de circular pelo país e tentar se viabilizar. Assim como os Progressistas também apresentam o nome da senadora Tereza Cristina. O importante é que possamos contribuir com uma alternativa ao atual governo — disse.

 

Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Jornal Opção

 

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