O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou seu colega das Filipinas, Rodrigo Duterte, a visitar Washington. O convite foi feito durante um telefonema para falar da crise norte-coreana, anunciou a Casa Branca em um comunicado. Ainda não há uma data para o encontro.

Foi uma conversa amistosa, na qual os dois falaram das preocupações da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) sobre a segurança regional, em particular a ameaça que representa a Coreia do Norte, segundo fontes.

A região do Sudeste Asiático registra uma escalada de tensão provocada pelo novo lançamento de um míssil ao mar por parte da Coreia do Norte no sábado (29). Segundo os EUA, o teste falhou.

Horas antes do telefonema, Duterte, famoso por declarações polêmicas, falou sobre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em uma reunião de líderes da Asean em Manila: “este cara quer acabar com o mundo. Não se deve entrar em seu jogo”.

Xingamento a Obama e comparação a Hitler

Entre as polêmicas de Duterte, conhecido por seu linguajar vulgar, estão uma ofensa ao ex-presidente dos EUA, Barack Obama, quando ele ainda ocupava o cargo. “Você deve ser respeitoso. Não deve fazer perguntas ou declarações. Filho da p…, vou xingá-lo no fórum”, declarou Duterte em setembro.

Após o xingamento, uma reunião entre os dois presidentes foi cancelada pela Casa Branca. O contexto era que Obama poderia questioná-lo sobre a situação dos direitos humanos no encontro bilateral que aconteceria durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

No mesmo mês, Duterte se comparou a Hitler e disse que queria matar milhões de viciados em drogas. “Hitler massacrou 3 milhões de judeus. Agora há aqui 3 milhões de viciados em drogas. Eu gostaria de massacrá-los todos”, disse Duterte. Historiadores calculam que cerca de 6 milhões de judeus foram mortos no Holocausto.

Ele também chegou a mostrar o dedo médio em um discurso contra a União Europeia.

Rodrigo Duterte mostra o dedo médio em discurso contra a União Europeia (Foto: Lean Daval Jr./Reuters)

Guerra às drogas

Duterte ganhou com folga a eleição presidencial nas Filipinas com a promessa de acabar com as drogas e a criminalidade relacionada ao tráfico nos primeiros seis meses de mandato. Desde então, tem estimulado a polícia e os próprios cidadãos a matar traficantes e consumidores de drogas.

Na conversa por telefone, Trump e Duterte também falaram “do fato de que o governo filipino luta fortemente para livrar seu país das drogas, uma praga que afeta muitos países no mundo”, segundo a Casa Branca.

Trump “apreciou a conversa” que teve com Duterte e se alegra de poder participar da cúpula EUA-Asean, que vai acontecer nas Filipinas em novembro, acrescentou a Casa Branca no comunicado.