Quadro político em Goiás é favorável a Caiado porque não há sentimento de mudança

Pesquisador postula que Mendanha vive numa “bolha”, sem entender que está muito mal no interior.

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O Sudeste

Na semana passada, um repórter do Jornal Opção conversou com um pesquisador (que optou por não revelar seu nome, argumentando: “Faço pesquisa para vários políticos”) a respeito da disputa eleitoral em Goiás. Ele afirma que as pesquisas que fez, recentemente, têm revelado um quadro positivo — “extremamente positivo” — para o governador Ronaldo Caiado (DEM) e “altamente preocupante” para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido).

“Mendanha vive numa bolha, quer dizer, entre Aparecida de Goiânia e Goiânia. Na verdade, na Grande Goiânia, Ronaldo Caiado lidera, mas, de fato, o prefeito tem alguma força. Ele sabe, porém, que no interior praticamente inexiste. Pesquisamos cidades visitadas por ele, recentemente, e o quadro é desolador. Em Mineiros, onde diz ter conseguido importante apoio, Mendanha tem 5% e Ronaldo Caiado tem 48%”, afirma o pesquisador.

Em Luziânia, Caiado aparece com 52% e Mendanha tem 4%. Em Jataí, o governador tem 49% e o prefeito aparece com 6%. “Não é um quadro alentador para Mendanha. Pelo contrário, é desanimador.”

O pesquisador frisa que há um detalhe que deveria “assustar” Mendanha: “Iris Rezende, mesmo bem votado em Goiânia, perdeu três eleições para governador, em 1998, 2010 e 2014. Há também o fato de que o prefeito não é um político ‘de’ Goiânia, sua força está mais concentrada em Aparecida. É como eu disse: trata-se de uma ‘bolha’ e estão ‘enganando’ o Gustavo. Os que dizem que é ‘forte’ e que está ‘crescendo’ não estão lhe mostrando dados reais. É possível que esteja sendo iludido pela turma do ex-governador Marconi Perillo, um político astuto e que só pensa em seu próprio projeto. O quadro real, de todo o Estado, é desolador para ele. Na disputa, pode ter 30% dos votos? Até pode. Mas a tendência é que seja derrotado no primeiro turno, num verdadeiro massacre eleitoral. Ele só vai perceber o quadro real no dia 2 de outubro de 2022, quando sai o resultado da eleição. Mas faço uma ressalva: estou analisando o futuro a partir do quadro de hoje”.

As pesquisas começam a mostrar que a conexão de Gustavo com Marconi Perillo é altamente prejudicial para o primeiro. Os eleitores começam a dizer quer dar o governo a Mendanha é o mesmo que entregar o poder a Marconi

O pesquisador frisa que, a partir de abril de 2022, Mendanha deixará a prefeitura, enquanto Ronaldo Caiado continuará no governo do Estado. “O governador terá o que mostrar, como as pavimentações asfálticas ruas das cidades do interior, os programas sociais ampliados, as reformas de casas, o setor de saúde azeitado. Gustavo, pelo contrário, estará fora da prefeitura, e terá de falar mais do passado do que do presente.”

“Há três aspectos que eu quero abordar. Primeiro, governo só perde eleição quando é mal avaliado. Governo bem avaliado, como o de Ronaldo Caiado, dificilmente perde eleição. Segundo, não há ‘sentimento de mudança” em Goiás. Em 1998, porque o MDB estava no poder havia 16 anos, havia sentimento de mudança. Agora, o que se percebe, nas pesquisas, é que os eleitores querem dar mais um mandato a Ronaldo Caiado, considerando que faz um governo decente, sem escândalos, e preocupado com as pessoas. No combate à pandemia, ele foi e continua bem avaliado. Terceiro, as pesquisas começam a mostrar que a conexão de Gustavo com Marconi Perillo é altamente prejudicial para o primeiro. Os eleitores começam a dizer quer dar o governo a Mendanha é o mesmo que entregar o poder a Marconi. Como se sabe, o PSDB, com Marconi, ficou 20 anos no poder. Com Gustavo, se este for eleito, o grupo ficaria 24 anos no poder — mais do que a ditadura militar, que ficou 21 anos no poder”, analisa o pesquisador.

Jornal Opção