Prefeitos de 3,4 mil cidades devem ter apoio da maioria da Câmara Municipal

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Por O Sudeste

Um levantamento feito pelo G1 com dados do 1º turno destas eleições mostra que os prefeitos eleitos para governar 3.424 municípios já devem começar o mandato com o apoio de mais da metade da Câmara Municipal. Em 1.984 cidades, os prefeitos ainda precisam ampliar o apoio do Legislativo municipal para conquistar ao menos a maioria da Casa.

Para a análise, o G1 levou em conta os partidos da coligação do prefeito e também dos vereadores eleitos. Os dados são do primeiro turno destas eleições e não consideram candidaturas “sub judice” (que aguardam julgamento) e também as disputas do segundo turno (que ocorrem em 57 municípios neste domingo).

Em média, os prefeitos eleitos no primeiro turno já começam o mandato com apoio de 56% dos vereadores da Câmara Municipal. A construção de uma base de apoio é importante para a gestão do prefeito, já que o Executivo depende do Legislativo para discutir e aprovar o Orçamento do município, projetos de lei, o Plano Diretor, entre outros.

Sem coalizão

Em 23 municípios, a coligação formada pelo prefeito não elegeu nem sequer um vereador. Isso ocorreu principalmente em cidades com poucos habitantes. Dezoito das câmaras municipais dessa lista têm apenas nove vereadores. As demais cidades têm até 13 vereadores.

Os três municípios com mais vereadores eleitos desta lista – 13 vereadores eleitos em cada um – são Ariquemes (RO), Ourilândia do Norte (PA) e Rosário (MA). Em Ariquemes (RO), a prefeita Carla Redano (Patriota) foi eleita, mas não formou uma coligação, e o Patriota não elegeu nem sequer um vereador.

Em Ourilândia do Norte (PA), Dr Julio (Avante) também foi eleito prefeito sem concorrer com coligação, e a sigla não conquistou nenhuma das cadeiras do Legislativo municipal. Já em Rosário (MA) Calvet Filho (PSC) formou uma coligação com o PT. Porém, PSC e PT não elegeram qualquer vereador.

Amplo apoio

Em 132 municípios, todos os vereadores eleitos são filiados a partidos que compuseram a coligação do prefeito eleito – o que deve facilitar a governabilidade. Desse total, 109 cidades (83% do total) têm nove vereadores cada uma. A Câmara Municipal com mais vereadores dessa lista é a de Barueri (SP), onde todos os 21 vereadores são filiados aos partidos que fizeram parte da coligação que reúne 13 siglas e lançou o prefeito Rubens Furlan (PSDB).

Em seguida aparece Jundiaí (SP), onde todos os 19 vereadores são dos partidos da coligação do prefeito eleito Luiz Fernando Machado (PSDB). Isso também ocorreu em Itapevi (SP) e Ponta Porã (MS), municípios onde cada Câmara tem 17 vereadores. Além disso, outro levantamento do G1 revelou que, em 14 cidades, um único partido vai controlar a Câmara Municipal.

Em entrevista ao G1, o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) André Borges afirma que, ao construir uma coligação ampla, o candidato, caso eleito, deve ter facilidades para construir uma base de apoio com maioria no Legislativo. Ele afirma que, quando formam uma aliança eleitoral, os partidos da coligação já constroem um plano de governo, discutem pautas e até fazem campanha juntos.

“Montar uma coligação eleitoral aumenta as chances de se ter maioria do Legislativo. Quando você monta uma coligação, esses partidos geralmente vão fazer um acordo no entorno de programa de governo. O partido cabeça de chapa pode pegar sugestões dos outros partidos. Além disso, a coligação faz com que esses partidos desenvolvam uma relação de confiança. Se você já cooperou durante a campanha, depois, quando acaba a eleição, vai ser mais fácil para esses partidos trabalharem juntos no governo”, afirma o professor.

G1 Goiás