Pandemia impacta saúde mental de 6 em cada 10 brasileiros, diz pesquisa

Isolamento social e preocupações sobre as várias dificuldades vivenciadas reforçam importância de campanhas como o Setembro Amarelo.

0
574

Por O Sudeste

Cerca de 57%, ou seja, mais da metade da população ouvida durante pesquisa realizada pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), declarou queda no bem-estar mental e emocional durante a pandemia da Covid-19.

Um relatório de 2017 da OMS (Organização Mundial da Saúde) já apontava o Brasil como um país de grande prevalência de transtornos de ansiedade nas Américas:  9,3% da população, o equivalente a 18,6 milhões de pessoas.

Segundo a psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo Aline Sabino, os números preocupam e reforçam a necessidade de incentivar ações em prol da saúde mental, como a campanha Setembro Amarelo. Ela explica que medos, incertezas em relação ao futuro, luto e dificuldades financeiras vêm marcando a vida de muitas pessoas e estão entre as principais causas de depressão, ansiedade excessiva e falta de motivação.

“As ações do Setembro Amarelo funcionam como uma forma de prevenção e sensibilização, tanto àqueles que podem estar passando por algum tipo de sofrimento, quanto às pessoas próximas, na detecção de fatores que identifiquem quando um ente querido não está bem”, reforça.

Os sinais de alerta costumam variar de pessoa para pessoa, mas a especialista destaca que existem alguns indícios que servem para detectar se você ou alguém próximo está precisando de auxílio profissional.

Conforme a psiquiatra, é necessário ficar atento às alterações repentinas de humor e comportamento, bem como às mudanças bruscas na rotina, como qualidade do sono, alimentação, abandono de atividades que antes eram prazerosas ou ainda desistência de planos futuros.

Dra. Aline ainda faz um alerta para o uso abusivo ou para a mudança no padrão de consumo de álcool, substâncias tóxicas e medicações. “Além disso, devemos sempre dar uma atenção maior às pessoas com transtornos psiquiátricos ou com históricos na família.”

Jornal Opção