FAMÍLIA FRIBOI ENTREGA TODO MUNDO, SE LIVRA DA CADEIA, PEDE DESCULPAS E DEIXA O BRASIL. VEJA O VÍDEO

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A TV Globo teve acesso, com exclusividade, às últimas imagens de Joesley Batista no Brasil. O dono da JBS foi autorizado a deixar o país depois que fechou acordo com a Justiça.

As câmeras de segurança do terminal dois do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, registraram a chegada do empresário Joesley Batista na área de embarque do dia 10 de maio, às 22h10. Ele estava acompanhado da mulher, do filho e da cunhada, que também levava uma criança no colo. A família estava sem bagagem, apenas com bolsas de mão. Quem carrega tudo é um funcionário.

A passagem pelo raio X é rápida. Quem demora um pouco mais é a mulher dele, porque precisa tirar os sapatos. Em seguida, os cinco vão para o guichê de imigração. Enquanto a funcionária confere os passaportes, Joesley fala ao telefone e ganha um abraço da mulher.
Depois de dez minutos, os cinco são liberados.

A imagem do corredor de acesso aos portões de embarque é o último registro do empresário Joesley Batista e da família dele no Brasil.

Uma declaração a que o Jornal Hoje teve acesso traz os detalhes da viagem: Joesley e a família usaram um jato particular com capacidade para até 20 passageiros. O documento diz que a operadora do avião naquele dia era a JBS, o frigorífico da família Batista. A aeronave que saiu de Guarulhos tinha como destino o aeroporto de Terterboro, em Nova Jersey, vizinha a Nova York.

A lista de passageiros mostra que além das 5 pessoas que aparecem nas imagens das câmeras de segurança, outras sete estavam no mesmo voo. Entre elas, o executivo Ricardo Saud, um dos delatores da JBS, e a mulher dele.

A viagem aos Estados Unidos aconteceu pouco mais de doze horas depois que Joesley e Saud estiveram no Supremo Tribunal Federal para prestar o último depoimento do acordo de delação premiada.

A Polícia Federal buscou essas imagens dois dias depois do embarque, no último dia 12, quando foi deflagrada a operação Bullish – que investiga suposto favorecimento do BNDES à empresa JBS. O empresário era um dos alvos e deveria prestar depoimento coercitivamente. Como ele não foi encontrado, a Polícia Federal resolveu checar se ele tinha saído do país. Só depois soube que Joesley viajou com autorização da Justiça por causa do acordo de delação.

Morar fora do Brasil não foi o único benefício que Joesley Batista conseguiu. Ele ganhou perdão da Justiça, não vai ser preso e nem precisa usar tornozeleira eletrônica. Mas essas condições só valem se o empresário e os outros delatores comprovarem as acusações.
Joesley Batista também teve que pagar uma multa de R$ 110 milhões. Ele e o irmão, Wesley, também negociam com o Ministério Público Federal um acordo de leniência para o grupo J&F.

As conversas começaram em fevereiro, mas surgiu um impasse. Os procuradores defendem uma multa de R$ 11 bilhões, mas a J&F propôs pagar apenas R$ 1 bilhão. O prazo para fechar os termos da leniência terminou na sexta-feira (19) à noite, sem acordo.

O Ministério Público Federal disse que não garante mais as condições oferecidas ao grupo.
Sem o acordo, que ainda pode ser fechado, a investigação para pedir a responsabilização da empresa segue normalmente.