Estabilidade político-eleitoral de Caiado preocupa e assusta Mendanha

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O Sudeste

Há poucos dias, um veterano marqueteiro ouviu de aliados de Gustavo Mendanha o comentário de que, depois de circular por quase todo o Estado, ele poderá acabar ficando na Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Comenta-se também que poderia se aliar ao ex-ministro Alexandre Baldy, bancando-o para senador na chapa de Ronaldo Caiado.

Um auxiliar de Mendanha, depois de ouvir o que se disse acima de um repórter do Jornal Opção, contesta: “Não embarque nesta canoa furada. Mendanha será candidato a governador e está praticamente fechado com o presidente Jair Bolsonaro”.

Mesmo dizendo isto, garantindo que Mendanha será candidato a governador, o auxiliar fez uma ressalva: “O que preocupa Gustavo, e isto é uma verdade insofismável, é que, depois de uma vasta peregrinação por várias cidades de Goiás, seus índices nas pesquisas, principalmente no interior, continuam baixos. Até o momento, não se pode falar em impacto de sua presença nos municípios. Mas friso que ainda está cedo para avaliações peremptórias. Gustavo tende a crescer”.

Um marqueteiro experimentado, que circula com aliados de Mendanha, contrapõe: “Percebe-se que Gustavo está preocupado. Porque o governador Ronaldo Caiado é bem avaliado em todo o Estado, inclusive nas maiores cidades, como Goiânia, Anápolis e Luziânia. Acreditava-se que, com a exposição do nome do prefeito, após circular pelas cidades polos de Goiás, ele cresceria. Mas isto não está ocorrendo. Percebe-se que o jovem político ainda não é visto como ‘alternativa’ a Ronaldo Caiado, e por isso Marconi Perillo demonstra certo assanhamento, sugerindo que pode se coligar com o PT de Wolmir Amado, pré-candidato a governador”.

O marqueteiro sustenta que os mendanhistas estão preocupados sobretudo com o fato de que Ronaldo Caiado permanece estável, sempre acima de 40% das intenções de voto, e Mendanha fica entre 15 e 18%. “Nas pesquisas, os eleitores de Ronaldo Caiado sugerem que não mudam de voto e aprovam seu governo honesto e preocupado com gente. O forte apoio ao social tem aparecido nas pesquisas. O que se conclui: por que mudar o que está dando certo por uma incógnita como Mendanha, que não tem experiência em termos estaduais? Ele é um ex-vereador que, bancado por Maguito Vilela, se tornou prefeito. E só. Um advogado conhecido me disse que pensava apoiar Mendanha, mas, depois de conhecê-lo pessoalmente, desistiu, alegando que percebeu que lhe falta preparo. Falta-se o estofo político e a experiência de um Ronaldo Caiado, de um Iris Rezende, de um Maguito Vilela. Ele não sabe explicar, por exemplo, o que é taxa Selic. Assuntos complexos o deixam confuso e com ar ‘voador’.”

Outro problema de que se ressente Mendanha é a falta de uma estrutura partidária. Antes, tinha o MDB, partido que governou Goiás de 1983 a 1998. Agora, não tem nada, tanto que ainda não se filiou, a dois meses e 10 dias do prazo final para se filiar. “O prefeito é desconfiado. Ele teme se filiar ao Podemos e o partido, por causa de Sergio Moro, optar por apoiar Ronaldo Caiado. Teme também que, se se filiar ao PP, Alexandre Baldy puxe seu tapete e negocie uma candidatura a senador na chapa de Ronaldo Caiado. Teme também uma filiação ao PL e o partido negociar sua cabeça em nível nacional. O certo é que terá de arriscar. Senão terá de acabar se filiando ao PSDB de Marconi Perillo, o que, como se sabe, ele não quer”, afirma o marqueteiro. “Mendanha precisa entender que, em política, não há como não correr riscos. Por isso já deveria ter se filiado, e urgentemente. O fato de não ter se filiado até agora deixa inclusive alguns de seus apoiadores com a suspeita de que, em determinado momento, poderá jogar a toalha”, analisa o marqueteiro.

Já o mendanhista garante que Mendanha é “ousado”. “Só um político audacioso romperia com um partido do porte do MDB e com seu líder, Daniel Vilela, e se lançaria candidato a governador.”

Jornal Opção