Antes do jogo, seu nome apareceu em uma lista de dispensáveis pelos torcedores. Em campo, a resposta foi imediata. Com dois gols, típicos de centroavante, Deyverson comandou a vitória do Palmeiras por 2 a 0 sobre o Flamengo, neste domingo, no Allianz Parque, e amansou os raivosos palmeirenses, que fizeram protestos antes de a bola rolar. Com o resultado, o Palmeiras chegou aos 57 pontos e se mantém com folga na briga por uma classificação para a Libertadores.
Ao contrário do Flamengo, que estagnou nos 50 pontos e se distancia dos primeiros colocados. Antes de o confronto começar, os atletas palmeirenses já puderam sentir a pressão que estava em cima deles para a partida. Membros das organizadas, principalmente da Mancha Alviverde, foram até a porta do CT protestar contra a equipe e pedirem pela dispensa de 11 atletas. São eles: Egídio, Róger Guedes, Fabiano, Luan, Juninho, Antonio Carlos, Arouca, Michel Bastos, Deyverson, Bruno Henrique e Erik. Eles também protestaram contra o técnico Alberto Valentim e a diretoria (através do presidente Maurício Galiotte e do diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos).
Quando o ônibus que levou a delegação para o Allianz deixou o CT, muitos torcedores arremessaram pipocas, bananas e pamonhas e alguns ainda deram tapas no veículo. Apesar da reação agressiva, nenhum jogador se feriu durante o protesto. Ao chegarem no estádio, os atletas não escondiam a insatisfação e chegaram com a cara de poucos amigos, como se estivessem em uma decisão de campeonato. A postura foi a mesma quando a bola começou a rolar. Valentim surpreendeu na escalação e colocou Felipe Melo, que não era titular desde o dia 26 de julho, quando a equipe foi eliminada na Copa do Brasil. Coincidência, ou não, a torcida havia pedido a entrada do volante ao time após a derrota para o Corinthians.
Nos muros do Allianz, picharam: “Felipe Mello + 10”. A verdade é que, seja lá qual for o motivo de sua entrada, o volante teve boa atuação. Ao seu estilo de dividir forte, conseguiu ajudar a evitar boa parte das investidas flamenguistas. Com a bola no pé, os palmeirenses mostravam uma organização e tranquilidade que chegava até a surpreender, tendo em vista a pressão que sofreram horas antes do jogo. Dudu, Moisés e Tchê Tchê souberam aproveitar os espaços deixados pela defesa flamenguista e criaram boas chances de gol. Lá na frente, o criticado Deyverson estava em um dia inspirado.
O caminho da vitória foi aberto aos 13 minutos do primeiro tempo, quando Moisés acertou belo passe para o atacante dominar e bater na saída de Diego Alves. Aos 35, novamente o atacante mostrou sua estrela e que não se abalou por estar na lista de dispensa da Mancha. Keno abriu pela esquerda, chutou cheio de curva, a bola bateu na trave e voltou livre para Deyverson mandar de cabeça para as redes e ampliar a vantagem. Com os dois gols marcados, o atacante chega a marca de 17 partidas e cinco gols marcados.
No segundo tempo, o jogo caiu um pouco de ritmo, mas o Palmeiras manteve o domínio e teve uma grande oportunidade de ampliar o marcador com Thiago Santos, que tentou de cabeça e Diego Alves fez grande defesa. No começo da segunda etapa, Felipe Melo deixou o gramado, cansado, e o time alviverde diminuiu o poder de marcação. Rueda colocou Vinicius Junior para tentar levar algum perigo ao gol de Prass.
Nos minutos finais, o Fla apostou na correria para pelo menos conseguir descontar o resultado, sem sucesso. Nos minutos finais, deu até para os torcedores gritaram “olé” durante a troca de passes dos palmeirenses. Vitória bem tranquila, após iniciar o dia de forma bem conturbada. E após muita pressão, o Palmeiras conseguiu uma boa vitória e talvez, um pouco de paz, pelo menos até a próxima rodada, na qual terá pela frente o Sport, quinta-feira, às 20 horas, novamente jogando no Allianz Parque. No mesmo dia, o Flamengo buscará reabilitação contra o Coritiba, às 21 horas, no estádio Couto Pereira, na capital paranaense. (Agência Estado)