Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro pela terceira vez consecutiva, Jean Wyllys (PSOL) anunciou hoje (24/1) que vai abrir mão do mandato e vai deixar o Brasil em definitivo. O anúncio foi feito em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e, segundo Jean, a decisão foi motivada pela série de ameaças que ele vem sofrendo. Jean está de férias no exterior e garante que não pensa em retornar para o País de origem.
A ideia, segundo ele, é se dedicar à carreira acadêmica. “Como é que vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta?”, diz.
Jean passou a andar escoltado logo após o assassinato de Marielle Franco, também do PSOL. O crime foi registrado em março de 2018. Ele conta que as ameaças de morte começaram logo após a morte da colega de partido, mas que a situação teria se agravado nos últimos meses.
“O Pepe Mujica [ex-presidente do Uruguai] quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide, os mártires não são heróis’. E é isso, eu não quero me sacrificar”, afirmou.
Ainda de acordo com Jean Wyllys, o fato de ter sido acusado de pedofilia pelo deputado eleito Alexandre Frota (PSL) fez as denúncias aumentarem.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, confirmou que a vaga de Wyllys deve ser ocupada pelo suplente David Miranda (PSOL-RJ), que atualmente é vereador no Rio de Janeiro