O governador eleito Ronaldo Caiado (Democratas) confirmou, durante entrevista nesta terça-feira (20/11), que promoverá uma ampla reforma administrativa no Estado. Segundo ele, o objetivo é aumentar eficiência e cortar gastos em todos os âmbitos do governo. O intuito é manter o número de secretarias atuais (17), mas desmembrando aquelas consideradas fundamentais, como Agricultura, Cultura e Esporte, e extinguindo as extraordinárias.
“Não farei fusão [de pastas importantes], que é mera maquiagem e só produz ineficiência. Sentarei com cada secretário e farei uma avaliação de 30 em 30 dias, cobrando suas metas e resultados para ninguém dar desculpas”, explicou durante entrevista à Rádio Sagres 730.
Sobre os cargos comissionados, Caiado assegurou que não cometerá injustiças e analisará quais são fundamentais para a administração e quais são meras acomodações políticas. “Vou cortar despesas, darei um bom exemplo como governador. Vou cortar na carne, aliás, no osso, para dizer que nesse momento grave seremos modelo. Não tomarei atitude intempestiva, marqueteira, nada que seja promocional, farei com respeito e ao mesmo tempo avaliando todas as secretarias”, completou.
Um mês e meio após a eleição, o democrata ainda não anunciou oficialmente nenhum nome do secretariado. Para ele, é preciso concluir o levantamento da real situação do Estado. A expectativa é que os nomes comecem a ser anunciados no começo de dezembro.
Avaliação econômica
Goiás deve fechar o ano de 2017 com rombo acima de R$ 3 bilhões, o que indica dificuldade fiscal. “A idade nos ensina temos que ter humildade de ouvir, quanto mais se ouve, melhor. Tive a oportunidade de ganhar no primeiro turno, por isso estou fazendo uma análise minuciosa, ouvindo boas cabeças dentro e fora de Goiás. É preciso lembrar que há regras a se seguir, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Teto de Gastos, tudo isso deve ser levado em conta”, argumentou.
É justamente levando em conta a nova realidade a ser seguida por gestores municipais, estaduais e pela própria Presidência da República, que Caiado tem se reunido com os futuros ministros de Jair Bolsonaro (PSL).
“Há uma realidade que não é tão fria quanto a letra da lei. Estamos tratando de servidores que trabalharam e que não têm acesso ao salário, no período de Natal e janeiro, que há matriculas dos filhos, essa realidade deve ser levada em conta”, disse sobre atrasos salariais dos servidores. “Governadores eleitos precisam de amparo, não é simplesmente fazer concessões, é um gesto humanitário. Goiás está insustentável, e temos que encontrar uma alternativa temporária”, destacou.
Incentivos
Ainda durante a entrevista, Ronaldo Caiado confirmou que está desenvolvendo uma proposta alternativa à enviada pelo atual governo no que diz respeito à convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado à iniciativa privada. De acordo com o democrata, o texto está sendo discutido junto à Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e aos deputados estaduais eleitos e os da atual legislatura.
“Não posso perder tempo, temos que discutir o assunto na hora certa, que é agora. A progressão para julho [convalidação], que será votada ainda em 2017, não quer dizer que estamos isentos de discuti-la. Já os procurei [empresários e parlamentares], continuarei conversando com todos. Quero ouvir sugestões, discutir. Há uma proposta da nossa parte”, explicou