Aliança de Caiado com Daniel é o principal antídoto contra Mendanha

Primeiro, o prefeito de Aparecida fica com a pecha de “traidor”. Segundo, terá de explicar porque caminha com Marconi Perillo, que massacrou o MDB por 20 anos.

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Por O Sudeste

Por que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas, decidiu antecipar e escalou Daniel Vilela, presidente do MDB, para ser o seu vice na disputa eleitoral de 2022? São vários os motivos — nem sempre avaliados com a devida perspicácia por alguns de seus aliados.

Primeiro, trata-se da conquista do apoio de Daniel Vilela e do MDB. O partido é um dos maiores do Estado — com estruturas enraizadas em todos os municípios. Noutras palavras, é um aliado novo — o que robustece a frente construída por Ronaldo Caiado. Portanto, um adversário a menos.

Segundo, ante a possibilidade de o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, disputar o governo, Ronaldo Caiado, tendo um aliado como Daniel Vilela, que tem a própria história e é dono do legado de Maguito Vilela, seu pai, no Estado e na Grande Goiânia, poderá dividir a força do rival. Em Aparecida, por ser prefeito, Mendanha tem força eleitoral, é certo. Mas, como filho de Maguito Vilela, Daniel Vilela certamente atrairá apoios substanciais no município. O mesmo deve ocorrer na capital — vale lembrar que, em 2020, Maguito Vilela foi eleito prefeito de Goiânia, e derrotando um político poderoso, o senador Vanderlan Cardoso (PSD). E há o fato de que Mendanha, sendo candidato, não terá o apoio do MDB. A forte ligação de Mendanha com seu novo padrinho político, Marconi Perillo, tem a ver com o fato de que perdeu suas principais referências políticas e pode acabar se tornando um pária político.

Maguito Vilela, Gustavo Mendanha e Daniel Vilela: de uma tacada, o prefeito pode trair seus padrinhos políticos de quando ele era apenas o “Gordinho” da Câmara | Foto: Reprodução

Terceiro, Daniel Vilela é jovem, simboliza a renovação de fato (não é como certos prefeitos jovens, que criam esquemas financeiros para assaltar o Erário, inclusive com o apoio de vários laranjas, inclusive irmãos, que eram pobres e estão ricos) e tem discurso afiado.

Quarto, como não quer apoiar a aliança de Daniel Vilela com Ronaldo Caiado, Mendanha terá de passar a campanha explicando por qual motivo “traiu” seu parceiro político, aquele que o avalizou em 2016, e decidiu trocá-lo por Marconi Perillo. Aliás, como vai explicar ao eleitorado que um de seus objetivos é reabilitar o ex-governador — exatamente o político que massacrou o MDB e os emedebistas, inclusive Léo Mendanha, pai de Gustavo Mendanha, durante 20 anos?

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