Por O Sudeste
Quando demitiu Joel Santana Braga do cargo de diretor da Assembleia Legislativa de Goiás, o presidente do Poder Legislativo, Lissauer Vieira (PSB), ganhou pontos com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas). Primeiro, porque fez por conta própria — não houve nenhum pedido para que o fizesse. Segundo, mostrou que, para além das conveniências, está ao lado de Ronaldo Caiado.
Até tomar a decisão, e mostrar, de maneira enfática, de qual lado estar, Lissauer Vieira era visto como uma espécie de Max Verstappen, o piloto que se aproxima do líder, faz corridas sensacionais, mas não ganha o campeonato do campeoníssimo Lewis Hamilton. Era uma espécie de primeiro a chegar em segundo. Porém, ao demitir o irmão de Alexandre Baldy — um ex-ministro e líder de dois deputados estaduais, Coronel Adailton e Rafael Gouveia —, denotando coragem e posicionamento, Lissauer Vieira aproximou-se do título da Fórmula 1 da política, quer dizer, a vice-governadoria de Ronaldo Caiado em 2022. “Lissauer está ficando parecido com Lewis Hamilton”, afirma, sério, um secretário do governador.
Na verdade, os pilotos estão ligando os motores, quase entrando na pista. Há pilotos que despontaram nos treinos, como o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do Progressistas.
Alexandre Baldy trabalha para ser candidato a senador e queria participar da chapa de Ronaldo Caiado. Como parece ter saído da quase-prova, o espaço pode ser ocupado por Roberto Naves. O prefeito estaria dizendo que não pretende deixar Anápolis. Entretanto, se indicado pelo partido e confirmado por Ronaldo Caiado, tudo indica que não se recusará a disputar. O secretário de Caiado frisa: “Roberto, mais do que um bólido de Fórmula 1, é um avião, um articulador político de primeira linha. Já é um Lewis Hamilton com pouquíssimo tempo de vida política ativa. Hoje, tem uma missão: devolver o Progressistas à base governista. Não 80%, como hoje, e sim 100%, como era antes da crise entre Ronaldo e Baldy”.
O Podemos, segundo o deputado federal José Nelto, gostaria de emplacar Adib Elias na vice de Ronaldo Caiado. Ele sublinha que Adib Elias é prefeito de Catalão, a mais importante cidade do Sudeste goiano, e a administra pela quarta vez. É experimentado tanto como político quanto como gestor.
“Se Caiado deixar o governo, em 2026, para disputar mandato de senador, aquele que assumir a gestão precisa ter experiência e competência — o que Adib Elias tem de sobra.” O próprio Adib Elias, que está se recuperando de complicações decorrentes da Covid-19, nunca se expressou, de maneira contundente, a respeito de disputar a vice. Há quem, no seu círculo, avalie que chegou a hora de deixar a prefeitura e disputar um cargo majoritário no plano estadual. Sua chance pode estar em 2022. O governador tem apreço tanto pelo político quanto pelo indivíduo Adib Elias. São amigos.
Há outras possibilidades? Há. Duas. Primeiro, o vice-governador Lincoln Tejota (Cidadania) não está descartado para a disputa de 2022. Ele pode continuar como vice, dependendo da formatação política do próximo ano. Não será fácil, porque seu “cargo” é cobiçadíssimo. Por motivo óbvio: em 2026, se tiver sido reeleito em 2022, Ronaldo Caiado deverá deixar o governo para disputar mandato de senador e o vice assumirá o governo, se tornando, de cara, candidato natural a governador. Lincoln Tejota e seu pai, o avião político Sebastião Tejota, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), esperam, silentes, a movimentação dos demais pilotos, esperando o tempo hábil de entrar na pista. “Pode-se dizer que Lincoln Tejota, ao menos no momento, é o Daniel Ricciardo da política goiana. Ele está atrás de Roberto Naves, Lissauer Vieira, Adib Elias e, também, de Daniel Vilela”, afirma o secretário caiadista.
“Daniel Vilela!”, estranha o repórter do Jornal Opção. “Pois é, meu filho. Hoje, Daniel Vilela é o Valtteri Bottas da política de Goiás. Se brincar, deixa Roberto Naves, Lissauer Vieira, Adib Elias e Lincoln Tejota para trás e, quando os quatro ‘acordarem’, terá se tornado o Lewis Hamilton de 2022”, postula o secretário. Mas Daniel Vilela não é cotado para disputar mandato de senador? “Meu filho, nas pistas, como os políticos sabem, é preciso fazer várias manobras. De fato, Daniel Vilela é mais cotado para a disputa do Senado. Mas, como vice, trazendo a capilaridade do MDB em todo o Estado, tende a encorpar a campanha e, ao mesmo tempo, a enfraquecer a oposição.” E o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha? “Também daria um bom vice. É o Sergio Perez com cara de quem, em breve, pode se tornar Lewis Hamilton.”
Roberto Naves, Lissauer Vieira, Daniel Vilela, Adib Elias e Lincoln Tejota estão entrando na pista. O objetivo de cada um é se tornar o Lewis Hamilton da política de Goiás, no sentido de ocupar a vice de Ronaldo Caiado (mistura de Lewis Hamilton e Ayrton Senna) para 2022.