O Sudeste
Mendanha “cantou” antes da hora e os apoios não vieram. Para piorar, nem o PL quer apoiar sua candidatura
Repórteres que ouvem o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), ficam com impressão de que só falta convencer o papa Francisco a apoiá-lo. Porém, de resultado mesmo, ninguém de alguma relevância — exceto os deputados federais Magda Mofatto (PL) e Professor Alcides Ribeiro (PP), que, segundo a Justiça Eleitoral, estão inelegíveis — declarou apoio ao pré-candidato (registre-se que parte do núcleo duro da Prefeitura de Aparecida de Goiânia o quer fora da disputa eleitoral).
Mendanha “assediou” o presidente Jair Bolsonaro, mas não foi recebido no Palácio do Planalto. O senador Flávio Bolsonaro lhe deu quatro minutos de seu tempo. O que se diz em Brasília é que o bolsonarismo não quer apoiá-lo. Primeiro, por causa de sua ligação com o PT (toda a sua política de Comunicação é traçada por um petista) e com o PC do B. Segundo, devido à sua ligação com Marconi Perillo, que, além de ser do partido do governador João Doria, é ligado a Lula da Silva (PT). Terceiro, não mostra interesse real em defender o legado de Bolsonaro. Noutras palavras, quer o apoio do presidente, mas não quer apoiá-lo pública e integralmente. O presidente, por sinal, gosta de conversas às claras, e não nos “subterrâneos” (o estilo de Mendanha).
Em seguida, a turma de Mendanha plantou nos jornais que poderia obter o apoio do PP, mas sem conversar com o principal “russo” do partido, o ex-ministro Alexandre Baldy. Ocorre que Baldy deu-lhe uma resposta imediata, ao sublinhar que não há aliança automática em Goiás e determinada por Brasília. Noutras palavras, o presidente do PP disse, sem meias palavras, que não gostou da articulação do prefeito. Toda a sua base — como o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, e o deputado federal Adriano do Baldy (PP), além de vários prefeitos — quer e até exige composição com o governador Ronaldo Caiado. Não há escapatória.
Um pouco antes, a turma de Mendanha andou espalhando que o Republicanos iria apoiá-lo. Mas ninguém do partido anunciou apoio ao seu nome. Na verdade, o partido deverá seguir com o governador Ronaldo Caiado.
Para piorar as coisas, nem o PL quer mais sua filiação. Frise-se: a deputada Magda Mofatto é uma representante substantiva do partido em Goiás. Mas é evidente que o partido é muito mais o presidente Jair Bolsonaro do que a parlamentar de Goiás. E o presidente prefere muito mais um aliado como o deputado federal Major Vitor Hugo — que lhe é leal sempre — do que um candidato que quer seu apoio, mas, no fundo, não quer apoiá-lo. Como disse um bolsonarista, “em política quem quer tudo acaba sem nada”. Um deputado acrescenta: “Não se pode ‘fingir’ apoio em política”.
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