Polícia desarticula quadrilha cibernética

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Operação O grande Irmão, cumpriu 21 mandados em Goiás, São Paulo e Distrito Federal

Caio Marx

A Polícia Federal deflagrou ontem (11) a operação O Grande Irmão, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada à pratica dos crimes de furto e estelionato qualificado mediantes a fraudes cibernéticas. O grupo causou prejuízos a instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal.

Foram cumpridos 21 mandados, sendo nove de prisão temporária, dez de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. A ação é comandada peça unidade da PF em Goiânia e acontece em Goiás, Distrito Federal e São Paulo.

De acordo com a PF, os suspeitos inseriam créditos em cartões de débitos pré-pagos para realizar pagamentos e saques e já está comprovado um prejuízo de R$ 1,5 milhão, porém é estimado que o valor total desviado possa ser o dobro desse montante, podendo ultrapassar R$ 3 milhões.

Segundo a corporação, os investigados fraudavam transferências bancárias para contas de pessoas físicas e jurídicas sócias da quadrilha e ainda induziam outras pessoas a realizarem pagamentos de boletos adulterados, com isso, os valores eram depositados em contas fraudulentas.

De acordo com o delegado Fernando Paganelli, os integrantes possuíam funções específicas, alguns eram responsáveis por invasão do sistema da empresa, outras pessoas constituíam empresas de fachada em seu nome para emissão de cartões e para abertura de contas bancárias. Além disso, ainda havia pessoas responsáveis por efetuar compras no comércio com cartões de débito e realizar saques.

Ainda de acordo com o delegado, a ação do grupo causou surpresa a PF devido a sua forma de articulação, pois havia a ação de empresas para que essas ações da quadrilha fossem perpetradas. A alteração das linhas digitáveis também é algo que não é tão comum.

Vida de luxo

Segundo as investigações, a quadrilha agia desde 2012 com o dinheiro desviado e um dos envolvidos chegou a comprar um carro de luxo. A corporação ressaltou que os envolvidos mantinham uma vida de ostentação e que a residência de um dos suspeitos, possuía uma hidromassagem e uma grande piscina, além disso, a quadrilha realizava aluguel de mansões para que fossem realizadas festas de comemorações.

A recomendação da PF é para que as pessoas que foram vítimas das ações da quadrilha, é para que busquem a instituição bancária responsável pelo pagamentos do boleto e solicite o reembolso do valor, para isso as vítimas devem comprovar isenção nas ações do grupo. O nome Grande Irmão da operação faz referência ao personagem do romance de George Orwell, de 1984, sobre a sensação de impunidade por parte dos investigados.

Em março deste ano, a PF realizou ação similar com a segunda fase da Operação Darkode, que teve objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em fraudes contra o sistema bancário na internet e crimes cibernéticos. A estimativa é que o grupo tenha causado prejuízo de mais de R$ 2,5 milhões.